sexta-feira, 25 de novembro de 2011

** ADAPTAÇÕES ESTRUTURAIS E PEDAGÓGICAS **

A IMPORTÂNCIA DA INFRA-ESTRUTURA ESCOLAR
A infra-estrutura é muito importante para que sejam garantidas as pessoas com deficiência acesso a escola, liberdade de locomoção e livre circulação sem obstáculos. Essas condições são essenciais para que a pessoa se sinta contemplada com cidadania e dignidade, pois se trata de condições mínimas de vida.
Quando as crianças, jovens e qualquer outra pessoa com deficiência têm acesso à educação, colabora-se para que se diminua o preconceito e fortalecem princípios, fundamentos e objetivos contemplados pela Carta Magna. O número de pessoas portando algum tipo de deficiência atinge 14% da população, além dos idosos com graves limitações. Esse é um número muito significativo e merece que haja mais atenção dos governos para lidar com a falta de estrutura. Pois, pela falta de estrutura traz conseqüências graves, pois acaba com as oportunidades dos deficientes de terem os mesmo direitos de qualquer cidadão e deslocamento e acesso a educação.
Infelizmente, a falta de acesso a educação causa um enclausuramento das pessoas com necessidades especiais em seus próprios lares, sem estudar, sem trabalhar, sem ter acesso ao lazer, deixando a pessoa totalmente excluída da sociedade. Por isso a importância de que todos tenham acesso a escola.

ACESSIBILIDADE DENTRO DAS ESCOLAS

Estrutura física:
·      No(s) primeiro(s) dia(s) de aula, encaminhe o deficiente visual às dependências do prédio para que ele possa se ambientar ou se familiarizar com a escola;
·      Piso tátil dentro da instituição é obrigatório e essencial. Assim como no item anterior, encaminhe o deficiente visual à todas as áreas que possuam pisto tátil para uma familiarização. Isso é regra, não é favor!
·      Piso de alerta e identificação de degraus nas escadas;
·      Elevador com aviso sonoro de andar, caso haja mais de um;
·      Inscrições em braille em todos os ambientes, na lateral das portas e, tanto quanto possível, inscrições ampliadas e com contraste. Não esqueça, a maioria dos deficientes visuais, não é cega e sim, baixa visão;
ESTRUTURA PEDAGÓGICA PARA ATENDER CEGOS E PORTADORES DE BAIXA VISÃO
         
É triste constatar através das pesquisas que falta ainda muito progresso para a inclusão de cegos na escola, inclusive por falta de recursos pedagógicos. Nas pesquisas tivemos dificuldades de encontrar a estrutura pedagógica para atendê-los. Acreditamos que deva ter, mas pouco se coloca em prática.
            Uma das formas que se trabalha com as crianças em sala de aula, é com a utilização do Braille. Precisa-se ensinar a criança a utilizar esse sistema, e apresentar textos em Braille para ela, além de que ela própria utilize dele para fazer suas anotações.
           
Depoimentos:

“(...) Mesmo estudando em escola para pessoas com deficiência visual, minha turma de pré-escolar tinha peculiaridades que mereciam trabalhos bastante diferenciados com cada aluno. (...) O que me chama a atenção é a maestria com que minha professora conduzia a turma, administrando as diferenças e respeitando a pecularidade de cada aluno. (...) Minha professora formulava exercícios que estimulavam o resíduo visual para os meus colegas e me estimulava o tato e a coordenação motora mediante atividades de desenho com giz de cera em papel liso, que pode ser percebido ao toque. Além disso, eu fazia atividades de percepção utilizando linhas Braille, em um livro que ensinava, através dessas linhas, a noção de princípio, meio e fim, bem como linhas com falhas no meio, para que eu as encontrasse, etc.
(...) cheguei ao vestibular com um conhecimento muito ruim sobre a construção e interpretação de gráficos, tabelas, esquemas e estruturas no caso da química orgânica. O despreparo só não foi maior porque algumas luzes brilharam no meu caminho, como a da minha professora de química do segundo ano do ensino médio, e meus professores de física de cursinho pré-vestibular, que tiveram paciência e dedicaram seu tempo para me ensinar a interpretar os gráficos representativos de movimentos e da parte de eletricidade, bem como a parte referente a ótica. Foi com o professor fazendo desenhos numa folha de papel apoiada sobre uma borracha macia que me fez aprender sobre o comportamento dos espelhos. Tudo isso com desenhos fáceis de compreender e que foram perfeitamente assimiláveis ao tato.”
(depoimento de um jornalista de Belo Horizonte/MG)

“ No princípio de minha aprendizagem, ainda em casa, quanto valeram para mim, aquelas sementinhas de paquevira, que me permitiram construir o alfabeto em pontos ampliados facilitando a aprendizagem das letras Braille.
A escassez de material no Instituto de Cegos há 40 anos, me fez utilizar até coquinhos, menores do que um ovo, para mostrar a célula Braille a alunos iniciantes. Assim, eles aprendiam rápido os pontos Braille.
Anos depois, montamos uma régua Braille com 10 celas, contendo uma 6 furos correspondentes aos pontos Braille. Pinos de alumínio representavam os pontos. Foi assim que construímos o Braille Móvel, que tem facilitado a aprendizagem.”
(depoimento de um professor especializado de Recife/PE)

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